REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA
(LECTIO DIVINA)
Sábado da 18ª Semana do Tempo Comum
1) Oração
Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável
bondade
para com os vosso filhos que
vos imploram
e se gloriam de vos ter como
criador e guia,
restaurando para eles a
vossa criação, e conservando-a renovada.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 17,14-20)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo
Mateus - 14E, quando eles se reuniram ao povo, um homem aproximou-se
deles e prostrou-se diante de Jesus, 15dizendo: Senhor, tem piedade
de meu filho, porque é lunático e sofre muito: ora cai no fogo, ora na água... 16Já
o apresentei a teus discípulos, mas eles não o puderam curar. 17Respondeu
Jesus: Raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando hei
de aturar-vos? Trazei-mo. 18Jesus ameaçou o demônio e este saiu do
menino, que ficou curado na mesma hora. 19Então os discípulos lhe
perguntaram em particular: Por que não pudemos nós expulsar este demônio? 20Jesus
respondeu-lhes: Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo: se
tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te
daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível. Quanto a esta espécie de
demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum. - Palavra da
salvação.
3) Reflexão
• Contexto. Esta
passagem apresenta Jesus em sua atividade de curar. Depois de sua permanência
com os discípulos na região de Cesaréia de Filipe (16,13-28), Jesus vai a um
alto monte e transfigurou-se diante de três dos seus discípulos (17,1-10), e
depois encontra pessoas (17,14.21) e de novo se dirige para a Galiléia (17,22).
O que pensar destes deslocamentos geográficos Jesus? Não é de excluir que eles
poderiam ter um valor de ordem geográfica, mas Mateus quer expressar a sua
função num itinerário espiritual. Em seu caminho de fé, a comunidade está
sempre chamada a percorrer o itinerário espiritual traçado pela vida de Jesus:
partindo da Galiléia de sua atividade pública e desta até a sua ressurreição,
atravessando o caminho da cruz. Um itinerário espiritual em que a força da fé
desempenha um papel essencial.
• A força da fé. Depois
de sua transfiguração, Jesus e a pequena comunidade dos seus discípulos se
volta para as pessoas antes de regressar para a Galiléia (v. 22) e chegar a
Cafarnaum (v. 24). Enquanto Jesus está entre as pessoas, se aproxima dele um
homem e pede com insistência para que intervenha sobre o mal que mantém
aprisionado o filho. A descrição anterior à intervenção de Jesus é
verdadeiramente precisa: é um caso de epilepsia com todas as suas conseqüências
patológicas em um nível psíquico. No tempo de Jesus, esse tipo de doença era
atribuída a forças do mal, e, especificamente como obra de Satanás, o inimigo
de Deus e do homem e, portanto, a origem do mal e de todos os males. Neste
caso, onde as forças do mal emergem persistentemente acima da capacidade
humana, os discípulos se sentem incapazes de curar o jovem (vv.16-19) por causa
de sua pouca fé (v. 20).
Para o evangelista, este jovem epiléptico é símbolo daqueles que
desprezam o poder da fé (v. 20), aqueles que não estão cientes da presença de
Deus entre eles (v. 17). A presença de Deus em Jesus, que é o Emmanuel, não é
reconhecida; não é suficiente entender algo sobre Jesus, é necessária a
verdadeira fé. Jesus, depois de repreender as pessoas, manda trazer o jovem:
"Traga-o aqui" (v. 17), cura-o e o liberta no momento em que o
demônio grita. Não basta o milagre da cura de uma única pessoa, é também
necessário curar a fé incerta e fraca dos discípulos. Jesus se aproxima deles,
que estão confusos ou atordoados com sua impotência: “Por que não
pudemos nós expulsar este demônio?” (v. 20). A
resposta de Jesus é clara: “Por causa de vossa falta de fé.” Jesus pede uma fé capaz de mover montanhas do próprio coração
para se identificar com sua pessoa, com sua missão, com seu poder divino.
É verdade que os discípulos deixaram tudo para seguir a Jesus, mas
não puderam curar o menino epiléptico por causa de sua "pouca fé".
Não se trata falta de fé e sim de fé fraca, hesitante para os céticos, com
predomínio da desconfiança e da dúvida. É uma fé não se enraizada plenamente no
relacionamento com Cristo. Jesus se excede na linguagem, quando ele diz: "Se tiverdes fé, como um grão de mostarda",
poderão mover montanhas; é uma exortação para deixar-se a conduzir na ação pelo
poder da fé, o que se torna especialmente forte nos momentos de provação e
sofrimento, e atinge a maturidade, quando não se escandaliza mais com o
escândalo da cruz. A fé pode fazer qualquer coisa, desde que se renuncie a
confiar nas próprias capacidades humanas, pode mover montanhas. Os discípulos e
a comunidade primitiva experimentaram que a incredulidade não se vence só
através da oração e do jejum, mas que é necessário unir-se à morte e
ressurreição de Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) Na
meditação desta passagem, observamos como os discípulos se situam diante do
epilético e diante de próprio Jesus. Você descobre o seu caminho de
relacionamento com Jesus e com outros pela força da fé?
2) Jesus,
desde a cruz, dá testemunho do Pai e o revela totalmente. A palavra de Jesus
que você têm meditado te pede uma adesão total: Você se sente comprometido cada
dia em mover as montanhas do seu coração que se interpõem entre o seu egoísmo e
a vontade de Deus
5) Oração final
Bendirei o SENHOR em todo tempo,
seu louvor estará sempre na minha boca.
Eu me glorio no SENHOR,
ouçam os humildes e se alegrem. (Sl
33,2-3)
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