REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA
(LECTIO DIVINA)
Segunda-feira da 23ª Semana do Tempo Comum
1) Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes
e adotastes como filhos,
concedei aos que crêem no Cristo
a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lc 6,6-11)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - 6Em
outro dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e ensinava. Achava-se ali um
homem que tinha a mão direita seca. 7Ora, os escribas e os fariseus
observavam Jesus para ver se ele curaria no dia de sábado. Eles teriam então
pretexto para acusá-lo. 8Mas Jesus conhecia os pensamentos deles e
disse ao homem que tinha a mão seca: Levanta-te e põe-te em pé, aqui no meio.
Ele se levantou e ficou em pé. 9Disse-lhes Jesus: Pergunto-vos se no
sábado é permitido fazer o bem ou o mal; salvar a vida, ou deixá-la perecer. 10E
relanceando os olhos sobre todos, disse ao homem: Estende tua mão. Ele a
estendeu, e foi-lhe restabelecida a mão. 11Mas eles encheram-se de
furor e indagavam uns aos outros o que fariam a Jesus. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
• Contexto. Esta passagem apresenta
Jesus curando um homem que tinha uma das mãos atrofiada. Ao contrário do
contexto dos capítulos 3-4, onde Jesus aparece sozinho, aqui Jesus aparece
rodeado por seus discípulos e mulheres que o acompanhavam. Nos estágios
iniciais desta jornada, o leitor encontrará diferentes formas de ouvir a
palavra de Jesus, seguindo o que em última análise, poderia ser resumida em
duas experiências que exigem, por sua vez, dois tipos de aproximação para Jesus:
a de Pedro (5,1-11) e a do
centurião (7,1-10). Pedro encontra Jesus depois da pesca milagrosa. Jesus
o convida para ser um pescador de homens, e Pedro cai depois ajoelhando-se
diante de Jesus: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem
pecador" (5,8). O centurião não tem comunicação direta com Jesus: ouviu
falar coisas boas sobre Jesus e, por isso envia-lhe intermediários para pedir a cura
de seu servo que está morrendo; ele não pede algo para si, mas sim para uma
pessoa muito querida. A figura de Pedro representa a atitude daquele que,
sentindo-se pecador, coloca seu trabalho sob a influência da Palavra de Jesus.
O centurião, mostrando sua solicitude pelo servo, aprende a ouvir a Deus. Pois
bem, a cura do homem com a mão seca se coloca entre estas vias ou atitudes que
caracterizam a itinerância da vida de Jesus.
O milagre ocorre em um contexto de discussão ou controvérsia: as espigas
arrancadas no sábado e uma cura também no sábado, precisamente a mão atrofiada.
Entre as duas discussões, a palavra de Jesus desempenha um papel crucial:
"O Filho do Homem é senhor do sábado" (6,5). Indo para a nossa
passagem, perguntamo-nos o que significa esta mão atrofiada? É um símbolo da
salvação do homem que é conduzido à sua situação original, a da criação. Além
disso, a mão direita expressa atividade humana. Jesus devolve a este dia, o sábado,
seu sentido mais profundo: é o dia da alegria, da restauração e não da
limitação. O sábado apresentado por Jesus é o sábado messiânico, não o sábado
legalista; as curas realizadas por ele são sinais do tempo messiânico, da
restauração e libertação do homem.
• Dinâmica do milagre. Lucas coloca
diante de Jesus um homem com uma mão sem força, seca, paralisada. Ninguém se
interessa em pedir a sua cura e menos ainda ele diretamente está interessado.
Mas a doença não era apenas um problema individual, mas os seus efeitos
repercutem em toda a comunidade. Neste relato não emerge tanto o problema da
doença, mas sim a sua relação com o sábado. Jesus é criticado porque ele curou
em dia de sábado. A diferença entre Jesus e os fariseus consiste em que estes, em dia de sábado, não trabalham com base no
mandamento do amor que é a essência da lei. Jesus, depois de ordenar ao homem para se por no meio da assembléia, faz uma pergunta decisiva: "É lícito curar
no sábado, ou não?". Os espaços de resposta são reduzidos: curar ou não
curar (v. 9). Imagine a dificuldade dos fariseus:
tinham que excluir que num sábado se pudesse fazer o mal ou conduzir o homem à
perdição e menos ainda curar, visto
que ajudar no sábado somente era permitido em casos de extrema necessidade. Os
fariseus se sentem provocados e isto por sua vez provoca sua agressividade. Aparece
evidente que a intenção de Jesus ao curar no sábado é procurar o bem do homem, a pessoa que está doente. Esta motivação de amor nos convida a
refletir sobre o nosso comportamento e fundamentá-lo no comportamento de Jesus
que salva. Jesus não presta atenção apenas para a cura do enfermo, mas também
está interessado no comportamento dos adversários: curá-los de sua distorcida atitude
ao observar a lei. Observar o sábado sem ajudar o próximo em suas doenças não
está em conformidade com a vontade de Deus. Para o evangelista, a função do
sábado é fazer o bem, salvar como Jesus fez em sua vida terrena.
4) Para um confronto pessoal
1. Você se sente interpelado pelas palavras de Jesus? Como você se compromete em seu serviço à vida? Você sabe criar condições para que o outro viva melhor?
2. Você sabe colocar no centro da sua atenção a todos os homens e suas necessidades?
5) Oração final
Que todas as tuas obras te louvem, Senhor,
e te bendigam os teus fiéis.
Proclamem a glória do teu reino
e falem do teu poder.
(Sl 144, 10-11)
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