2 de set. de 2013

Sábado da 22ª Semana do Tempo Comum



REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

Sábado da 22ª Semana do Tempo Comum


1) Oração

Deus do universo, fonte de todo bem,
derramai em nossos corações o vosso amor
e estreitai os laços que nos unem convosco
para alimentar em nós o que é bom
e guardar com solicitude o que nos destes.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 6,1-5) (Mc 2,23-28; Mt 12,1-8)

1Em dia de sábado, Jesus atravessava umas plantações; seus discípulos iam colhendo espigas (de trigo), as debulhavam na mão e comiam. 2Alguns dos fariseus lhes diziam: Por que fazeis o que não é permitido no sábado? 3Jesus respondeu: Acaso não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os seus companheiros; 4como entrou na casa de Deus e tomou os pães da proposição e deles comeu e deu de comer aos seus companheiros, se bem que só aos sacerdotes era permitido comê-los? 5E ajuntou: O Filho do Homem é senhor também do sábado.

3) Reflexão   Lucas 6,1-5
*  O evangelho de hoje traz o conflito em torno da observância do sábado. A observância do sábado era uma lei central, um dos Dez Mandamentos. Lei muito antiga que foi revalorizada na época do cativeiro. No cativeiro, o povo devia trabalhar sete dias por semana de sol a sol, sem condições de se reunir para ouvir e meditar a Palavra de Deus, para rezar juntos e para partilhar sua fé, seus problemas e sua esperança. Daí apareceu a necessidade urgente de parar ao menos um dia por semana para reunir e animar-se mutuamente naquela condição tão dura do cativeiro. Do contrário, perderiam a fé. Foi aí que renasceu e foi restabelecida com vigor a observância do sábado.
Lucas 6,1-2: A causa do conflito
Num dia de sábado, os discípulos passam pelas plantações e abrem caminho arrancando espigas. Mateus 12,1 diz que eles estavam com fome (Mt 12,1). Os fariseus invocam a Bíblia para dizer que isto é transgressão da lei do Sábado: "Por que vocês estão fazendo o que não é permitido em dia de sábado?" (cf Ex 20,8-11).
Lucas 6,3-4: A resposta de Jesus
Imediatamente, Jesus responde lembrando que o próprio Davi também fez coisas proibidas, pois tirou os pães sagrados do templo e os deu de comer aos soldados que estavam com fome (1 Sm 21,2-7). Jesus conhecia a Bíblia e a invocava para mostrar que os argumentos dos outros não tinham fundamento. Em Mateus, a resposta de Jesus é mais completa. Ele não só invoca a história de Davi, mas cita também a Legislação que permitia aos sacerdotes de trabalhar no sábado e cita ainda a frase do profeta Oséias: “Quero misericórdia e não sacrifício”. Citou um texto histórico, um texto legislativo e um texto profético (cf. Mt 12,1-18). Naquele tempo, não havia Bíblias impressas como temos hoje em dia. Em cada comunidade só havia uma única Bíblia, escrita a mão, que ficava na sinagoga. Se Jesus conhecia tão bem a Bíblia, é sinal de que ele, durante os 30 anos da sua vida em Nazaré, deve ter participado intensamente da vida da comunidade, onde todo sábado se liam as escrituras. Ainda falta muito para nós termos a mesma familiaridade com a Bíblia e a mesma participação na comunidade.
Lucas 6,5: A conclusão para todos nós
E Jesus termina com esta frase: O Filho do Homem é dono até do sábado!  Jesus , como Filho do Homem que vive na intimidade com Deus, descobre o sentido da Bíblia não de fora para dentro, mas de dentro para fora, isto, ele descobre o sentido a partir da raiz, a partir da sua intimidade com o autor da Bíblia que é o próprio Deus. Por isso, ele se diz dono do sábado. No evangelho de Marcos, Jesus relativiza a lei do sábado dizendo: “O ser humano não existe para o sábado, mas o sábado existe para o ser humano” (Mc 2,27).

4) Para um confronto pessoal

1) Como você passa o Domingo, nosso “Sábado”? Você vai à missa por obrigação para evitar pecado ou para poder estar com Deus?
2) Jesus conhecia a Bíblia quase de memória. E eu, o que a Bíblia representa para mim?

5) Oração final

Que minha boca proclame o louvor do Senhor,
e que todo ser vivo bendiga eternamente o seu santo nome (Sl 144,3).




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