13 de out. de 2013

Sábado da 28ª Semana do Tempo Comum



REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Sábado da 28ª Semana do Tempo Comum


1) Oração


Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça
para que estejamos sempre atentos
ao bem que devemos fazer.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho    (Lucas 12,8-12)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - 8Digo-vos: todo o que me reconhecer diante dos homens, também o Filho do Homem o reconhecerá diante dos anjos de Deus; 9mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus. 10Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem obterá perdão, mas aquele que tiver blasfemado contra o Espírito Santo não alcançará perdão. 11Quando, porém, vos levarem às sinagogas, perante os magistrados e as autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de falar em vossa defesa, 12porque o Espírito Santo vos inspirará naquela hora o que deveis dizer. - Palavra da salvação.

3) Reflexão


O contexto. No capítulo 11, que precede a nossa história , Lucas, no caminho de Jesus para Jerusalém, mostra a sua intenção de revelar as profundezas do agir misericordioso de Deus e, ao mesmo tempo, a profunda miséria que se encontra no coração do homem, e particularmente nos que têm a missão de ser testemunhas da Palavra e da ação do Espírito Santo no mundo. Jesus apresenta esses fatos com uma série de reflexões que surtem efeito no leitor: ser atraído pela força da sua Palavra até o ponto de sentir-se julgado e despojado dentro das pretensões de grandeza que perturbam o homem (9,46 ). Além disso o leitor se identifica com várias atitudes que o ensinamento de Jesus suscita: antes de tudo se reconhece no discípulo no seguimento a Jesus e no envio diante dele como mensageiro do reino; no que tem dúvidas para segui-lo; no fariseu ou o doutor da lei, escravos de suas próprias interpretações e estilo de vida. Em síntese, o percurso do leitor pelo capítulo 11 é caracterizado deste encontro com o ensinamento de Jesus que revela a intimidade de Deus, o coração misericordioso de Deus, mas também a verdade do seu ser como homem. No entanto, no capítulo 12 Jesus contrapõe ao juízo pervertido do homem a benevolência de Deus, que dá sempre de modo superabundante . Está em jogo a vida do homem. Deve-se prestar atenção à perversão do julgamento humano, ou melhor, à hipocrisia que distorce os valores para promover apenas o seu próprio interesse e vantagens, em vez de ter um interesse na vida, aquela que é recebida de graça. A palavra de Jesus lança ao leitor um apelo sobre como lidar com a questão da vida: o homem será julgado por seu comportamento diante das ameaças. É necessário preocupar-se não tanto com os homens que podem "matar o corpo", mas ter no coração o temor de Deus que julga e corrige. Jesus não promete a seus discípulos que serão protegidos das ameaças e perseguições, mas lhes assegura a ajuda de Deus nos momentos de dificuldade.
Saber reconhecer Jesus. O compromisso corajoso em reconhecer publicamente a amizade com Jesus comporta como consequência a comunhão pessoal com ele quando ele vier para julgar o mundo. Ao mesmo tempo, "aquele que me nega", o que tem medo de confessar e reconhecer publicamente a Jesus, se condena sozinho. O leitor é convidado a refletir sobre a importância crucial de Jesus na história da salvação: é preciso se decidir estar com Jesus ou contra ele e sua palavra de graça; desta decisão, reconhecer ou negar a Jesus depende a nossa salvação. Lucas evidencia que a comunhão oferecida por Jesus no tempo presente aos seus discípulos será confirmada e alcançará a perfeição no momento de sua vinda na glória (“quando vier na sua glória, na do Pai e dos santos anjos”: 9,26) . O apelo às comunidades cristãs é muito evidente: mas se se é exposto às hostilidades do mundo, é indispensável dar um testemunho corajoso de Jesus, de comunhão com Ele e não se envergonhar de ser e se mostrar cristão.
A blasfêmia contra o Espírito Santo. Blasfemar é aqui entendido por Lucas como o falar ofensivo ou falar contra. Este verbo foi aplicado a Jesus  quando em 5,21 ele tinha perdoado os pecados. A questão levantada nesta passagem pode apresentar alguma dificuldade para o leitor: é menos grave blasfêmia contra o Filho do homem do que a contra o Espírito Santo? A linguagem de Jesus pode parecer um pouco forte para o leitor do Evangelho de Lucas: ao longo do evangelho vê-se Jesus mostrando a atitude de Deus que vai em busca do pecador, que é exigente, mas que sabe esperar o momento do retorno a Ele ou o amadurecimento do pecador. Em Marcos e Mateus, a blasfêmia contra o Espírito Santo é a falta de reconhecimento do poder de Deus nos exorcismos de Jesus. Mas em Lucas mais precisamente significa a rejeição consciente e livre de Espírito profético que atua nas obras e ensinamento de Jesus, ou seja, a rejeição ao encontro com o agir misericordioso e salvífico do Pai. A falta de reconhecimento da origem divina da missão de Jesus, a ofensa direta à pessoa de Jesus , podem ser perdoadas, mas aquele que nega o Espírito Santo trabalhando na missão de Jesus não será perdoado. Não se trata da oposição entre a pessoa de Jesus e do Espírito Santo, ou dum contraste ou símbolo de dois períodos distintos da história, o de Jesus e da comunidade pós-pascal, mas em última análise, o evangelista trata de demonstrar que negar a pessoa de Cristo equivale a blasfemar contra o Espírito Santo.

4) Para um confronto pessoal

1) Você está ciente de que de ser cristão comporta dificuldades, perigos e riscos, a ponto de arriscar a própria vida para testemunhar a amizade pessoal com Jesus?
2) Você se vergonha de ser cristão? Você prefere o julgamento dos homens, sua aprovação, ou o fato de não perder sua amizade com Cristo?

5) Oração final

Glorifiquem-vos, Senhor, todas as vossas obras,
e vos bendigam os vossos fiéis.
Que eles apregoem a glória de vosso reino,
e anunciem o vosso poder. (Sl 144, 10-11)



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