(LECTIO DIVINA)
Sábado da 28ª Semana do Tempo Comum
1) Oração
Ó Deus, sempre nos preceda e
acompanhe a vossa graça
para que estejamos sempre atentos
para que estejamos sempre atentos
ao bem que devemos fazer.
Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12,8-12)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo,
segundo Lucas - 8Digo-vos: todo o que me reconhecer diante dos
homens, também o Filho do Homem o reconhecerá diante dos anjos de Deus; 9mas
quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus. 10Todo
aquele que tiver falado contra o Filho do Homem obterá perdão, mas aquele que
tiver blasfemado contra o Espírito Santo não alcançará perdão. 11Quando,
porém, vos levarem às sinagogas, perante os magistrados e as autoridades, não
vos preocupeis com o que haveis de falar em vossa defesa, 12porque o
Espírito Santo vos inspirará naquela hora o que deveis dizer. - Palavra da
salvação.
3) Reflexão
• O contexto.
No capítulo 11, que precede a nossa história , Lucas, no caminho de Jesus para
Jerusalém, mostra a sua intenção de revelar as profundezas do agir
misericordioso de Deus e, ao mesmo tempo, a profunda miséria que se encontra no
coração do homem, e particularmente nos que têm a missão de ser testemunhas da
Palavra e da ação do Espírito Santo no mundo. Jesus apresenta esses fatos com
uma série de reflexões que surtem efeito no leitor: ser atraído pela força da
sua Palavra até o ponto de sentir-se julgado e despojado dentro das pretensões
de grandeza que perturbam o homem (9,46 ). Além disso o leitor se identifica com
várias atitudes que o ensinamento de Jesus suscita: antes de tudo se reconhece
no discípulo no seguimento a Jesus e no envio diante dele como mensageiro do
reino; no que tem dúvidas para segui-lo; no fariseu ou o doutor da lei,
escravos de suas próprias interpretações e estilo de vida. Em síntese, o percurso
do leitor pelo capítulo 11 é caracterizado deste encontro com o ensinamento de
Jesus que revela a intimidade de Deus, o coração misericordioso de Deus, mas
também a verdade do seu ser como homem. No entanto, no capítulo 12 Jesus contrapõe
ao juízo pervertido do homem a benevolência de Deus, que dá sempre de modo
superabundante . Está em jogo a vida do homem. Deve-se prestar atenção à
perversão do julgamento humano, ou melhor, à hipocrisia que distorce os valores
para promover apenas o seu próprio interesse e vantagens, em vez de ter um
interesse na vida, aquela que é recebida de graça. A palavra de Jesus lança ao
leitor um apelo sobre como lidar com a questão da vida: o homem será julgado
por seu comportamento diante das ameaças. É necessário preocupar-se não tanto
com os homens que podem "matar o corpo", mas ter no coração o temor
de Deus que julga e corrige. Jesus não promete a seus discípulos que serão
protegidos das ameaças e perseguições, mas lhes assegura a ajuda de Deus nos
momentos de dificuldade.
• Saber
reconhecer Jesus. O compromisso corajoso em reconhecer publicamente a
amizade com Jesus comporta como consequência a comunhão pessoal com ele quando
ele vier para julgar o mundo. Ao mesmo tempo, "aquele que me nega", o
que tem medo de confessar e reconhecer publicamente a Jesus, se condena sozinho.
O leitor é convidado a refletir sobre a importância crucial de Jesus na
história da salvação: é preciso se decidir estar com Jesus ou contra ele e sua
palavra de graça; desta decisão, reconhecer ou negar a Jesus depende a nossa
salvação. Lucas evidencia que a comunhão oferecida por Jesus no tempo presente aos
seus discípulos será confirmada e alcançará a perfeição no momento de sua vinda
na glória (“quando vier na sua glória, na do Pai e dos santos anjos”: 9,26) . O
apelo às comunidades cristãs é muito evidente: mas se se é exposto às
hostilidades do mundo, é indispensável dar um testemunho corajoso de Jesus, de comunhão
com Ele e não se envergonhar de ser e se mostrar cristão.
• A blasfêmia contra o Espírito
Santo. Blasfemar é aqui entendido por Lucas como o falar ofensivo ou falar contra.
Este verbo foi aplicado a Jesus
quando em 5,21 ele tinha perdoado os pecados. A questão levantada nesta
passagem pode apresentar alguma dificuldade para o leitor: é menos grave
blasfêmia contra o Filho do homem do que a contra o Espírito Santo? A linguagem
de Jesus pode parecer um pouco forte para o leitor do Evangelho de Lucas: ao
longo do evangelho vê-se Jesus mostrando a atitude de Deus que vai em busca do
pecador, que é exigente, mas que sabe esperar o momento do retorno a Ele ou o
amadurecimento do pecador. Em Marcos e Mateus, a blasfêmia contra o Espírito
Santo é a falta de reconhecimento do poder de Deus nos exorcismos de Jesus. Mas
em Lucas mais precisamente significa a rejeição consciente e livre de Espírito
profético que atua nas obras e ensinamento de Jesus, ou seja, a rejeição ao
encontro com o agir misericordioso e salvífico do Pai. A falta de
reconhecimento da origem divina da missão de Jesus, a ofensa direta à pessoa de
Jesus , podem ser perdoadas, mas aquele que nega o Espírito Santo trabalhando
na missão de Jesus não será perdoado. Não se trata da oposição entre a pessoa
de Jesus e do Espírito Santo, ou dum contraste ou símbolo de dois períodos
distintos da história, o de Jesus e da comunidade pós-pascal, mas em última
análise, o evangelista trata de demonstrar que negar a pessoa de Cristo equivale
a blasfemar contra o Espírito Santo.
4) Para um confronto pessoal
1) Você está ciente de que de ser
cristão comporta dificuldades, perigos e riscos, a ponto de arriscar a própria
vida para testemunhar a amizade pessoal com Jesus?
2) Você se vergonha de ser cristão?
Você prefere o julgamento dos homens, sua aprovação, ou o fato de não perder
sua amizade com Cristo?
1)
2)
5) Oração final
Glorifiquem-vos, Senhor, todas as vossas obras,
e vos bendigam os vossos fiéis.
e vos bendigam os vossos fiéis.
Que eles apregoem a glória de vosso reino,
e anunciem o vosso poder. (Sl 144, 10-11)
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